Fui me abastecer com um pouco de sol, céu azul, árvores e água do Parque da Aclimação neste sábado que antecede a Páscoa. Andando lentamente ao redor do lago, pude ver os rostos felizes de todos que ali passeiavam. Imediatamente me lembrei do dia que soube do desastre neste parque, a tristeza que me deu nos dias que se sucederam e a raiva que senti ao ver tanto lixo caído no fundo do lago. Total falta de educação e respeito pelo local onde passeamos e nos inspiramos.
Eu acho que todos agradeceram pelo retorno da água no lago, mesmo que sem a devida limpeza. Ao me aproximar da Concha Acústica, deparei com um teatro infantil que reunia um pequeno grupo de familiares ao seu redor, tendo como cenário o lago, ainda sem os peixes e as aves que ali viviam.
Pois é, sinto falta dos cisnes, gansos, patos e algumas outras espécies de aves que ali faziam suas piruetas e saíam em fila indiana passear. O povo ficava no beiral do mirante a descansar e mirar quelas criaturas tão felizes e muitos levavam migalhas de pão para alimentá-los e divertirem-se com as disputas de pedaços. Agora, pássaros, estes sim, continuam a circular nas árvores do bosque: bem-te-vi, joão de barro, pardal. Mas, mesmo assim, eu me senti melhor ouvindo os atores encenando a peça para as crianças que por algum tempo, fixavam os olhos na peça e quietas, mantinham-se sentadas ao lado de adultos. Me senti abastecida também de uma luz mais suave do sol do que a que me acostumei a sentir no verão, das folhas que se mexiam suaves com um vento um pouco mais frio e ao fundo um enorme céu azul, profundo e sem uma nuvem sequer.
Que belo sábado de Aleluia os paulistanos tiveram hoje.
Aleluia.
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