quarta-feira, 23 de junho de 2010

Xico Graziano comenta o Código Florestal


Publico o artigo do Xico Graziano e que li no Estadão do dia 15 de junho e gostei muito. Veja também outros artigos no www.agrobrasil.agr.br. Boa reflexão a todos.

TRISTE PELEJA

Nada positiva essa encrenca sobre o Código Florestal. A opinião pública anda confusa, até assustada. Argumentos esdrúxulos partem de ambos os lados, tanto dos ambientalistas quanto dos ruralistas. Virou um besteirol rurambiental.

Embora contenha defeitos, não é verdade que o relatório Aldo Rebelo escancare as portas da destruição florestal. Tampouco é aceitável acusar, como fez o deputado, as ONGs ambientalistas de servirem ao capital internacional. Agricultor não é sem-vergonha nem ecologista serve à maldade. A radicalização só atrapalha a superação desse sério impasse sobre a legislação florestal do País.

Bandidos contra mocinhos funciona bem no cinema, não na roça. Nessa matéria, que importa ao futuro da sociedade, não pode haver vencedores nem vencidos. Será imperdoável votar uma proposta de modificação do Código Florestal que derrote o ambientalismo, por mais estranhas que sejam certas posições dentro dele. Por outro lado, se o ruralismo perder para a ingenuidade verde, melhor seria decretar o fim da agricultura. Ninguém sabe, assim procedendo, como viveriam os seres humanos.

O dilema entre produzir e preservar não comporta pensamento obscurantista nem simplista. Ao contrário, somente a luz do conhecimento poderá encontrar saídas que levem ao novo, e imprescindível, modelo civilizatório. O mundo alimenta, hoje, 6,5 bilhões de habitantes, seguindo há séculos, no campo e nas cidades, uma trajetória de confronto com a natureza. Até 2050 a população talvez se estabilize em 9 bilhões de pessoas. Vai piorar a pegada ecológica.

Querer praticar a agricultura predatória dos antepassados será burrice incomensurável. Por outro lado, defender a regressão agrícola soa insano. Conclusão: somente a tecnologia agropecuária resolve esse impasse, fundamentando uma proposta conciliadora entre a produção e a preservação. Uma saída negociada que unifique as posições em disputa. Nem tanto a Deus nem tanto ao diabo. O caminho do meio.

A agricultura sustentável deve fazer parte da solução, não do problema ambiental. Um roteiro de consenso para a reformulação do Código Florestal deve começar por expor seus porquês. Vamos lá. Quatro fortes razões justificam alterar a lei elaborada em 1965:

1) Existe dificuldade em conceituar a reserva florestal legal nas propriedades abertas antes da vigência da lei. Áreas de agricultura consolidada exigem tratamento distinto de locais ainda cobertos com vegetação nativa.

2) Certas áreas chamadas de preservação permanente, como várzeas, encostas e topos de morro, servem há décadas à agricultura de arroz, uva, café, entre outras, exigindo sua legalização produtiva.

3) Agricultores que, na Amazônia Legal, abriram terras antes de 1995, quando a reserva obrigatória era de 50% da área da fazenda, não podem ser criminalizados pela posterior elevação dessa proteção ambiental para 80%. Raciocínio semelhante vale para o cerrado.

4) A legislação precisa auxiliar o agricultor a resgatar seu passivo ambiental, favorecendo a recuperação especialmente das matas ciliares, aquelas que protegem rios e nascentes. Corredores ecológicos mais valem que pedaços de reserva isolados no território.

Existem várias possibilidades para avançar nesses quatro pontos básicos, adequando o Código Florestal à realidade presente, sem punir os agricultores de bem. Sendo assim, é aceitável:

1) Permitir a utilização de sistemas agroflorestais que misturem culturas com espécies arbóreas, inclusive exóticas, para facilitar a recuperação de áreas degradadas.

2) Realizar a compensação de passivo ambiental noutro local, fora da propriedade, mesmo ultrapassando o território do Estado quando houver identidade de bioma, na mesma bacia hidrográfica.

3) Incluir a área de preservação permanente (APP) no cômputo da reserva legal (RL), desde que o agricultor firme compromisso de recuperação ambiental com prazo máximo de dez anos.

4) Oferecer aos Estados maior capacidade de normatização e execução prática da lei florestal, estimulando o fortalecimento dos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente.

Mas existem limites que não podem ser ultrapassados. É, portanto, inaceitável que o Congresso Nacional:

1) Anistie os fazendeiros que desmataram recentemente suas reservas florestais, afrontando conscientemente a legislação, particularmente após 2001, data da última alteração do Código Florestal.

2) Facilite novos desmatamentos, em qualquer bioma e para qualquer tamanho de propriedade; ao contrário, deve estabelecer uma moratória mínima de cinco anos na supressão de florestas nativas em todo o País.

3) Diminua o tamanho da reserva legal obrigatória, uma instituição genuinamente brasileira.

Decididamente, há espaço para compor uma boa posição entre o ambientalismo e o ruralismo, valorizando ambos. Para tanto, porém, é preciso superar o argumento polarizado. O raciocínio dualista, predominante na tradição ocidental, sempre opõe o bem contra o mal, o certo e o errado, santo contra pecador. Poderosa na religião, tal lógica costuma prejudicar a evolução das ideias e a solução dos problemas da sociedade. Assim acontece agora com a reformulação do Código Florestal.

Será necessário substituir esta briga atual, em que todos saem perdendo, por um jogo de vencedores, bom para o meio ambiente, bom para a agricultura. Acontece que nenhum jogo de futebol da Copa do Mundo chegaria ao final sem arbitragem. A grande culpa por essa encrenca recai sobre o governo Lula, que parece se divertir assistindo à triste peleja entre os agricultores e os ambientalistas.

Um descaso contra a galinha dos ovos de ouro do País.

domingo, 6 de junho de 2010

Bicicleta pode transportar até móveis

Segundo Martin Turkenburg que escreve para Springwise, a crescente popularidade das bicicletas para o transporte de pessoas e produtos fizeram com que designs inovadores e mais potentes aparecessem mais.
A última novidade é Vrachtfiets, uma espécie de bicicleta com um novo conceito. Criada por dois estudantes da Universidade Delft de Tecnologia - Holanda - ela foi concebida principalmente para ajudar as pessoas a se locomoverem carregando materiais pesados, sem a necessidade de alugar uma Van para o transporte. Os designers Onno Sminia e Louis Pierre Geerinckx trabalharam durante dois anos e recentemente apresentaram seu projeto executivo para seu primeiro cliente, a cidade de Delft.
O Vrachtfiets é um veículo para duas pessoas, como explicaram os designers: "por que não ter duas pessoas pedalando para dividir o esforço, transportar peças pesadas e de forma ecológica?" E nas próximas versões, os designers querem prover uma tomada elétrica auxiliar na bicicleta e será alimentado por energia solar. As Vrachtfiets são calmas, livre de emissões e capazes de transportar caras substanciais para curta distância em áreas urbanas.. Sem dúvida, vou torcer para que se tornem cada vez mais populares, não só lá na Europa, mas também aqui no Brasil.

Website:www.vrachtfiets.nl
Contato: info@vrachtfiets.nl



Inauguração da rua coreana em São Paulo


No dia 22 de maio, a Prefeitura de São Paulo oficializou uma rua de Bom Retiro como a rua coreana, como a Rua Galvão Bueno é conhecida por ser a rua dos japoneses. Uma justa homenagem. Desde as 11 horas com a abertura solene até às 20 horas com muita música e premios, o povo paulista se misturou na Rua Lubavich e Tres Rios com coreanos e seus descendentes para comer, olhar e conversar. Fiquei com alguns amigos na frente de uma lanchonete curtindo. Acabei não encontrando a minha amiga hashi... No finalzinho, quando estava indo embora para a estação Tiradentes do Metrô, vimos que a Oficina de Cultura Oswald de Andrade ainda estava aberta e entramos para ver a exposição com a arte da escrita, cerâmica e pintura de artistas coreanos radicados no Brasil.
Desejo à colônia coreana do Brasil, um feliz aproveitamento deste espaço e que faça do lugar um centro de sua cultura. E quem agradecerá será o povo brasileiro.


sábado, 5 de junho de 2010

Black Barbie

No mês passado estive ausente do meu blog, mas não deixei de registrar algumas imagens para me lembrar de escrever algumas linhas.
Uma delas foi a exposição que vi no Shopping Pátio Higienópolis. Fui lá para me encontrar com uma amiga para jantar. Enquanto esperava fui percorrer rapidamente os andares e encontrei a exposição. Já vi algumas delas, mas esta me impressionou pela diversidade e quantidade de bonecas rica e belamente adornadas e penteadas, representando várias regiões do mundo.

Bem inserida na ambientação local, a primeira exposição da Barbie afrodescendente trouxe 80 bonecas do colecionador Carlos Keffer, que possui uma das maiores coleções Barbie no Brasl. A exposição mostra também 12 fotos do fotógrafo Ricardo Schetty.