quinta-feira, 29 de março de 2012
Agenda Azul

Compartilho um artigo do Xico Graziano, publicado no Estadão do dia 20 de março de 2012.
Agenda Azul
O 6° Fórum Mundial da Água, realizado nesses dias em Marselha (França), não deixou margem para dúvidas: ou se investe decididamente na proteção dos recursos hídricos do planeta, ou a civilização humana padecerá de terrível escassez. Que já se manifesta.
Relatório da ONU, apresentado no encontro, aponta a irrigação agrícola como séria questão a ser enfrentada. Primeiro, porque tal técnica demanda muita água, cerca de 70% do total; segundo, devido à dramática necessidade para alimentar uma população que deverá atingir 9 bilhões de habitantes em 2050. Segundo as revisadas, e mais precisas, estimativas da FAO, a produção de comida precisa crescer 60% nesse período, e isso somente parece possível aumentando as áreas irrigadas no campo.
Resultado: vai aumentar a necessidade de água para as lavouras, especialmente nos áridos países do Oriente Médio que, aliás, importam cada vez mais alimentos. Mudanças climáticas devem alterar o padrão das chuvas, provocando secas mais prolongadas e derretimento de geleiras. Tudo conspira contra o abastecimento. Estudos indicam que, sem decididas políticas de manejo de água, 40% da população mundial viverão em áreas de alto estresse hídrico até 2050.
Estimativas de longo prazo, claro, sempre carregam muita incerteza. A terrível seca, porém, que afetou, neste 2011, as grandes planícies norteamericanas, prejudicando a irrigação e restringindo a água para consumo humano pareceu um aviso recente dos céus. No Brasil, novamente o fenômeno climático La Niña provocou forte estiagem, derrubando a safra, e arrancando os cabelos, dos agricultores sulinos. Dentre as dúvidas, uma certeza: preservar os mananciais d’água será estratégico nas políticas sustentáveis do futuro.
A situação anda preocupante. Cerca de 25% das áreas agrícolas mundiais se degradam, de forma mais ou menos severa, em decorrência da má, e intensiva, agricultura. Esta depaupera os recursos hídricos, reduz a fertilidade dos solos, aumenta a erosão. A contínua irrigação tem provocado a salinização dos solos em certos locais, fazendo decair a produtividade agrícola. Lençóis freáticos, bombeados para a superfície, se aprofundam, prejudicando o enraizamento das plantas; o desmatamento e os ventos causam desertificação. Na Espanha, na Austrália, nos Estados Unidos, na África, por onde se procura se percebem ameaças contra a segurança alimentar.
Olhos enviesados atribuem à agricultura o papel de vilão na equação mundial da água. Algo injusto. Acontece que mesmo gastadora, a prática da irrigação rural pouco compromete a qualidade da água, exceto quando esta se contamina com resíduos de agrotóxicos persistentes, comuns no passado, mas pouco utilizados hoje em dia. Após regar as plantas, via aspersão ou no gotejamento, o precioso líquido se percola pelas entranhas da terra, corre aos riachos ou se evapora, cumprindo o ciclo natural da água.
No uso urbano, ao contrário, o abastecimento das residências polui organicamente as águas nos vasos sanitários; na pia da cozinha e na lavanderia ela se mistura ainda com detergentes e saponáceos. Já nas unidades industriais, as águas utilizadas se contaminam com solventes e demais produtos químicos, que lhe roubam a vida. Nas cidades, que ninguém duvide, ambas a demanda e a poluição são tremendas.
O Fórum Mundial da Água de 2012 contou, entre as 180 delegações participantes, com a presença de uma orgulhosa comitiva paulista. Ela representava o exitoso “Pacto das Águas São Paulo”, um programa que nasceu há três anos às margens do rio Jacaré Pepira, no município de Bocaina. Ali, tendo à frente o então governador José Serra, centenas de prefeitos e outras autoridades municipais se comprometeram a aderir ao “Consenso das Águas” de Istambul (Turquia), documento histórico que define tarefas na gestão descentralizada dos recursos hídricos.
Esse azulado movimento ambientalista, organizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br/pactodasaguas), cresceu sem parar, ultrapassando as expectativas iniciais. Dentre os 1070 signatários, oriundos de 49 países, ao Consenso das Águas de Istambul, 595 adesões se originam nos municípios paulistas. Notável. O “Pacto das Águas São Paulo” configura o maior programa já realizado no Brasil em defesa dos recursos hídricos, com foco na gestão local, dentro das bacias hidrográficas. Lição de casa bem feita.
Em fins do ano passado, o governo paulista promoveu uma avaliação sobre o desempenho dos municípios, premiando os primeiros colocados. Entre aqueles de maior população, 94 municípios cumpriram as metas estabelecidas no programa em defesa das águas, capitaneados por Sorocaba, Tupã, Paulínia, Itapira e Batatais. Já entre os pequenos municípios, abaixo de 20 mil habitantes, 135 deles mostraram os melhores resultados, liderados por Regente Feijó, Bilac, Bocaina, Lindóia e Santo Antonio do Jardim. Podem tirar o chapéu para eles.
Por todo o estado de São Paulo, corredores ecológicos se formam sinuosamente acompanhando os córregos. A recuperação dessa mata, chamada ciliar como se os olhos abrigassem, garante a plena função ambiental da biodiversidade, promovendo a junção do verde (vegetação) com o azul (água). Na beirada dos riachos, no entorno das nascentes, ao redor dos lagos, nessas paragens a vida selvagem floresce, a natureza se torna exuberante. Água é vida.
Neste próximo dia 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água. Mais que discursos, gestos de simpatia e lembranças nos bancos escolares, espera-se ações concretas, coletivas e individuais, em defesa da agenda azul. Água potável, mundo sadio.
Agenda Azul
O 6° Fórum Mundial da Água, realizado nesses dias em Marselha (França), não deixou margem para dúvidas: ou se investe decididamente na proteção dos recursos hídricos do planeta, ou a civilização humana padecerá de terrível escassez. Que já se manifesta.
Relatório da ONU, apresentado no encontro, aponta a irrigação agrícola como séria questão a ser enfrentada. Primeiro, porque tal técnica demanda muita água, cerca de 70% do total; segundo, devido à dramática necessidade para alimentar uma população que deverá atingir 9 bilhões de habitantes em 2050. Segundo as revisadas, e mais precisas, estimativas da FAO, a produção de comida precisa crescer 60% nesse período, e isso somente parece possível aumentando as áreas irrigadas no campo.
Resultado: vai aumentar a necessidade de água para as lavouras, especialmente nos áridos países do Oriente Médio que, aliás, importam cada vez mais alimentos. Mudanças climáticas devem alterar o padrão das chuvas, provocando secas mais prolongadas e derretimento de geleiras. Tudo conspira contra o abastecimento. Estudos indicam que, sem decididas políticas de manejo de água, 40% da população mundial viverão em áreas de alto estresse hídrico até 2050.
Estimativas de longo prazo, claro, sempre carregam muita incerteza. A terrível seca, porém, que afetou, neste 2011, as grandes planícies norteamericanas, prejudicando a irrigação e restringindo a água para consumo humano pareceu um aviso recente dos céus. No Brasil, novamente o fenômeno climático La Niña provocou forte estiagem, derrubando a safra, e arrancando os cabelos, dos agricultores sulinos. Dentre as dúvidas, uma certeza: preservar os mananciais d’água será estratégico nas políticas sustentáveis do futuro.
A situação anda preocupante. Cerca de 25% das áreas agrícolas mundiais se degradam, de forma mais ou menos severa, em decorrência da má, e intensiva, agricultura. Esta depaupera os recursos hídricos, reduz a fertilidade dos solos, aumenta a erosão. A contínua irrigação tem provocado a salinização dos solos em certos locais, fazendo decair a produtividade agrícola. Lençóis freáticos, bombeados para a superfície, se aprofundam, prejudicando o enraizamento das plantas; o desmatamento e os ventos causam desertificação. Na Espanha, na Austrália, nos Estados Unidos, na África, por onde se procura se percebem ameaças contra a segurança alimentar.
Olhos enviesados atribuem à agricultura o papel de vilão na equação mundial da água. Algo injusto. Acontece que mesmo gastadora, a prática da irrigação rural pouco compromete a qualidade da água, exceto quando esta se contamina com resíduos de agrotóxicos persistentes, comuns no passado, mas pouco utilizados hoje em dia. Após regar as plantas, via aspersão ou no gotejamento, o precioso líquido se percola pelas entranhas da terra, corre aos riachos ou se evapora, cumprindo o ciclo natural da água.
No uso urbano, ao contrário, o abastecimento das residências polui organicamente as águas nos vasos sanitários; na pia da cozinha e na lavanderia ela se mistura ainda com detergentes e saponáceos. Já nas unidades industriais, as águas utilizadas se contaminam com solventes e demais produtos químicos, que lhe roubam a vida. Nas cidades, que ninguém duvide, ambas a demanda e a poluição são tremendas.
O Fórum Mundial da Água de 2012 contou, entre as 180 delegações participantes, com a presença de uma orgulhosa comitiva paulista. Ela representava o exitoso “Pacto das Águas São Paulo”, um programa que nasceu há três anos às margens do rio Jacaré Pepira, no município de Bocaina. Ali, tendo à frente o então governador José Serra, centenas de prefeitos e outras autoridades municipais se comprometeram a aderir ao “Consenso das Águas” de Istambul (Turquia), documento histórico que define tarefas na gestão descentralizada dos recursos hídricos.
Esse azulado movimento ambientalista, organizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br/pactodasaguas), cresceu sem parar, ultrapassando as expectativas iniciais. Dentre os 1070 signatários, oriundos de 49 países, ao Consenso das Águas de Istambul, 595 adesões se originam nos municípios paulistas. Notável. O “Pacto das Águas São Paulo” configura o maior programa já realizado no Brasil em defesa dos recursos hídricos, com foco na gestão local, dentro das bacias hidrográficas. Lição de casa bem feita.
Em fins do ano passado, o governo paulista promoveu uma avaliação sobre o desempenho dos municípios, premiando os primeiros colocados. Entre aqueles de maior população, 94 municípios cumpriram as metas estabelecidas no programa em defesa das águas, capitaneados por Sorocaba, Tupã, Paulínia, Itapira e Batatais. Já entre os pequenos municípios, abaixo de 20 mil habitantes, 135 deles mostraram os melhores resultados, liderados por Regente Feijó, Bilac, Bocaina, Lindóia e Santo Antonio do Jardim. Podem tirar o chapéu para eles.
Por todo o estado de São Paulo, corredores ecológicos se formam sinuosamente acompanhando os córregos. A recuperação dessa mata, chamada ciliar como se os olhos abrigassem, garante a plena função ambiental da biodiversidade, promovendo a junção do verde (vegetação) com o azul (água). Na beirada dos riachos, no entorno das nascentes, ao redor dos lagos, nessas paragens a vida selvagem floresce, a natureza se torna exuberante. Água é vida.
Neste próximo dia 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água. Mais que discursos, gestos de simpatia e lembranças nos bancos escolares, espera-se ações concretas, coletivas e individuais, em defesa da agenda azul. Água potável, mundo sadio.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Passeio pela cidade

Saudades desta época.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Comentário acerca da palestra

domingo, 1 de maio de 2011
Visitando Fortaleza com a ABE


No dia 30, sábado, após Reunião do colégio acadêmico, o grupo da ABE foi até o Resort Vila Galé para almoçar e visitar o empreendimento. No final do dia, deixando muita saudade dos momentos bons e a hospitalidade da Enid, retornamos para São Paulo.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Para reconstrução do Japão
Transcrevo diretamente a campanha do meu amigo Koji Sakaguchi, proprietário do restaurante Rancho da Traíra na Vila mariana. Campanha em prol das vítimas do terremoto. O Japão uma vez renasceu das cinzas da guerra. E agora, das lamas do tsunami. Queremos prestar nosso singelo gesto de solidariedade e convidamos nossos amigos clientes a participar da nossa campanha: Traíra com 30% de desconto Promoção exclusiva nos dias 11, 12 e 13 (2ª, 3ª e 4ª feira) de Abril de 2011 (Almoço 2ª, 3ª e 4ª feira 12 ~ 15h) (Jantar: 3ª e 4ª feira – das 18 ~ 23h) O lucro obtido com a venda da traíra será destinado para Cruz Vermelha do Japão através da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social ( Bunkyo). A entrega da doação será no dia 14 ao presidente dessa entidade Sr. Kihatiro Kita. A promoção em prol da campanha é aplicada somente no consumo da traíra. Ação exclusiva de Rancho da Traíra – unidade Vila Mariana. Maiores informações e Reservas: (11) 5571-3051 / e-mail: vilamariana@ranchodatraira.com.br Rancho da TRAÍRA – Vila Mariana R. Machado de Assis, 556 – Vila Mariana
Solidariedade

Música instrumental de ótima qualidade, o Trio de Ai Yazaki, Caito e Filó Machado fez muitos japoneses balançarem seus corpos de leve, levados pelo rítmo de música brasileira e de algumas músicas japonesas que lembraram sua terra natal.
Muitos deixaram parentes nas áreas devastadas. Muitos estiveram por lá trabalhando e alguns músicos e cantores que estiveram nesta audição estiveram cantando e tocando no Japão. Daí a nostalgia e a vontade de ajudar daqui de longe o pessoal que continuarão ainda por muito tempo, limpando os destroços e começar a reconstruir tudo do zero. Como serão estas cidades milenares ? Como reconstruir tudo que hoje está na lembrança ?
Como símbolo do nosso desejo de ajudar, dobramos cada um um grou de papel. O famoso tsuru que vai levar nossos votos de muitos anos de vida.
Força Japão ! " Gambare Nihon "
terça-feira, 22 de março de 2011
Vamos rezar por Japão e por nós também...
A terra tremeu, o mar veio engolir a cidade e levou muita gente consigo para o fundo do mar. Aquilo que era ficção científica virou realidade. Quando o ser humano encontrou a encruzilhada do desenvolvimento com a tecnologia conheceu que na realidade tudo é tão efêmero como quando a maré alta acaba e deixa atrás de si o sinal de alerta de que pode voltar em breve.
Até quando o ser humano vai desafiar a natureza ? Não vamos nunca rever o modo de viver e respeitar as forças naturais ? Quando falo em forças não é tanto do terremoto ou maremoto, mas da produção de usina nuclear e desafiar sua natureza destrutiva.
Precisou assitir pela mais moderna tecnologia on time e nem assim nos convencemos para mudar o nosso destino ? Não deixemos impune estas vidas e vamos reverter a ordem dos valores e não desenvolver e consumir a todo custo, sem pensar nas consequencias.
Vamos rezar pelo japão e por nós também. Onde estaremos daqui 10 anos ?
http://www.youtube.com/watch?v=V6OiZrVdjOs&feature=related
Até quando o ser humano vai desafiar a natureza ? Não vamos nunca rever o modo de viver e respeitar as forças naturais ? Quando falo em forças não é tanto do terremoto ou maremoto, mas da produção de usina nuclear e desafiar sua natureza destrutiva.
Precisou assitir pela mais moderna tecnologia on time e nem assim nos convencemos para mudar o nosso destino ? Não deixemos impune estas vidas e vamos reverter a ordem dos valores e não desenvolver e consumir a todo custo, sem pensar nas consequencias.
Vamos rezar pelo japão e por nós também. Onde estaremos daqui 10 anos ?
http://www.youtube.com/watch?v=V6OiZrVdjOs&feature=related
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