domingo, 9 de agosto de 2009

Mario Cravo Neto




Estava escrevendo sobre Hiroshima, quando uma notícia me chamou a atenção. E me levou por uns instantes ao ano de 78, quando passei uma semana na casa de Mariozinho em Salvador com meu marido da época, um fotógrafo milanês. Mariozinho havia retornado de NY não fazia tempo e estava cheio de novas idéias como escultor e ftógrafo. Artista plástico que se expressava através de fotos, passamos alguns dias fantásticos entre mar, estúdio, sala de revelação e bate papo regado com rock e country da época. Lembro-me do seu pai Mario Cravo Junior em companhia da sua mãe Lúcia. Na sua casa, Eva e seus filhos, Christian e Lua ainda crianças. Como foi bom relembrar que naquela época meu envolvimento com a Arte era grande e vivia no meio de artistas plásticos. Era muito interessante ver Mario Cravo Neto transitar na Arte entre o internacional e o baiano com muita naturalidade e propriedade.

Ah, tenho dele um presente muito especial, uma foto. Então, eu subi rapidamente as escadas do meu apartamento até a sala onde se encontra uma foto minha emoldurada na parede. Ela é a lembrança desta minha visita à sua casa. É uma obra de Mariozinho, feita no seu estúdio da época com fundo infinito de lona surrada. Esse fundo que foi de tantas fotos suas premiadas e expostas em galerias mundo afora. Uma foto em preto e branco que gosto tanto. Quís fixá-la nesta página para vocês verem. É uma "metafoto" sem pretensão, mas porque a minha mão está refletida no vidro. Uma singela homenagem ao Mariozinho, com muito carinho.

Pois é, acredito que foi numa das reuniões na casa de May Suplicy aqui de São Paulo que encontrei pela primeira vez Mariozinho. Fiquei muito feliz de ter diagramado e finalizado um dos seus livros de fotos em conjunto com Pierre Verger... e muitas coisas mais... é estranho como a memória corre rápido sobre as imagens daquela época. Uma época muito produtiva para meu conhecimento artístico. Pena que nós seguimos depois caminhos bens diferentes e poucas vezes nós nos encontramos - em galerias e em maiores papos - depois daqueles anos intensos vividos tão próximos um do outro, flando de produção artística.

Agora, Mariozinho, nosso próximo encontro vai ser quem sabe, no outro estágio de nossas vidas.
Por isso me lembro do que escrevi naquele período e mesclo neste espaço em sua homenagem:

"Infinito é o amor no finito que é a vida.
Finito no infinito - fio da vida.
Vida por um fio.
Infinito amor - finito viver.
Fio infinito na vida finita"

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